E a história aconteceu com minha amiga Julie, em uma de suas viagens. Aqui, conto tal qual me relatou…
“Acordei cedo, antes das sete, e resolvi me levantar porque o aroma imaginário do café me despertou. Fui até a cozinha e lá topei com Zé Saramago, que me olhou como se eu fosse uma criatura estranha… ele com certeza pensou: “Por que alguém de férias se levanta tão cedo?”.
Bom, simplesmente ignorei seu olhar penetrante, e resolvi fazer o café. Depois de preparar a mesa do café da manhã, me sentei e fiquei ali com o olhar perdido, pensando se iria mesmo ‘explorar’ o centro da cidade. Voltei ao quarto e fui ler um pouco. Algum tempo depois a família se levantou, na verdade parte dela, Mari e Iara. Fomos tomar café, eu pela segunda vez. Bom, contei sobre meus planos de sair pela cidade, visitar uns museus, e Zé Saramago que nada opinava, mas só me olhava com aquela cara de quem quer ir junto, mas não vai pedir porque, claro, seria humilhante.
Arrumei-me, e ao sair, ouvi Iara dizer: “Desse jeito vai encontrar o Crush por lá!”
Zé Saramago me olhou, e vi desapontamento em seu olhar, porque se tem alguém que está no topo da minha lista de “The Most crushed crushes”, definitivamente este alguém é o Zé.
Ao chegar ao centro, entrei em uma farmácia para pedir informação, e de repente senti uma mão me agarrar o ombro, e ao me virar, vi o dono da mão que gritava comigo, palavras que não me pareciam ser inglês, italiano, ou qualquer outra língua inteligível. De repente pegou algo no balcão, e me jogou a coisa como se quisesse que eu pagasse por ela. Era uma bala, dessas dietéticas que eu não compraria nem para mim mesma de tão cara que era. Então resolvi dar a primeira moeda que consegui tirar da carteira, que infelizmente eram apenas dez centavos, e o homem furiosamente arremessou a moeda contra mim. Errou o alvo! Então, ele pegou a moeda no chão e arremessou de novo, e foi aí que um funcionário veio e o mandou embora.
Bom, eu tive que dar uma volta no quarteirão em sentido contrário por causa do homem, que saiu gritando, justamente na direção do museu que eu procurava. Passei as próximas quase três horas andando pelo centro, pedindo a Deus para não topar com ele de novo.
Quando voltei para casa, abri a porta e a primeira coisa que ouvi foi Iara perguntar: “ E então? Encontrou o Crush?” , no que respondi: “Na verdade, ele me encontrou…” E o Zé me olhou, com uma cara muito estranha, como se adivinhasse a ironia implícita na resposta…”
Zé Saramago ❤